quinta-feira, dezembro 30

E os de 2011...

O que aí vem em 2011
«Não se esperam grandes surpresas literárias em 2011. Ainda muitos negócios estão por fechar, mas as editoras parecem apostar nos valores seguros dos seus catálogos. Com lugar garantido nas livrarias estão as portuguesas Hélia Correia, com Separar as Águas e Outras Novelas (Relógio d'Água) e Lídia Jorge, A Noite das Mulheres Cantoras (Dom Quixote). E as traduções mais desejadas chegam nos próximos meses: Liberdade, de Jonhathan Frazen (Dom Quixote) e o Booker 2010 The Finkler Question, de Howard Jacobson (Porto Editora). Umberto Eco vê três livros publicados: o primeiro volume de História da Idade Média (Dom Quixote), o romance O Cemitério de Praga (Gradiva) e os ensaios Contruir o Inimigo (Gradiva). O plémico The Good Man Jesus, de Philip Pullman (Teorema), que afirma que a Virgem Maria teve Gémeos, o Jesus e o Cristo, chega também às mãos dos leitores, tal como Victoria, de Knut Hamson (Cavalo de Ferro). Christopher Isherwood começa a ser editado em português com Um Homem Singular (Quetzal). Da fria Noruega chegam os contos de Kjell Askildsen, Uma Vasta e Desperta Paisagem (Ahab) e de Inglaterra, o aguardado C., de Tom McCarthy (Presença). E há novos romances de Aravind Adiga, The Last Man in Tower (presença), David Lodge, A Man of Parts (Asa), John Banville, The Infinites (ASA), Niccolò Ammaniti, Que Comece a Festa (Bertrand) e Tim Butcher, À Caça do Diabo (Bertrand).» Jornal Sol de 30 de dezembro de 2010, pg.36.

Os livros de 2010


Em final de ano, é tempo de balanços e os livros não são excepção: aqui ficam as escolhas publicadas no suplemento Ipsilon, do jornal Público Livros 2010 (as escolhas são da responsabilidade de Eduardo Pitta, Helena Vasconcelos, Isabel Coutinho, José Manuel Fernandes, José Riço Direitinho, Maria Conceição Caleiro, Pedro Mexia, Rogério Casanova, Rui Catalão, Rui Lagartinho).

As Horas Extraordinarias de Maria do Rosário Pedreira

«Os livros hoje têm uma vida curta e, como se publica excessivamente, ficam pouco tempo nas livrarias, o que condena muitos deles a uma morte prematura. Os que têm a sorte de sobreviver são poucos e arriscam-se a tornar-se uma espécie de clássicos, embora muitos dos verdadeiros clássicos morram em vez deles e tenham cada vez menos leitores. Quando gostamos muito de um livro, ficamos desesperados ao ver que, nas gerações que se seguem à nossa, já ninguém lhe pega; e, porque creio que seria realmente grave que alguns títulos fossem esquecidos e riscados das leituras actuais, hoje dedico o meu post a três grandes romances (dois deles até no tamanho são grandes) que estão, quanto a mim, entre os maiores da literatura portuguesa. O primeiro é Sinais de Fogo, o romance que Jorge de Sena deixou inacabado e teve já uma adaptação ao cinema; o segundo é Finisterra, uma peça literária única no género da autoria desse poeta maior (e a cair perigosamente no esquecimento) que foi Carlos de Oliveira. O terceiro é Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio, que está desde há uns meses disponível em pequeno formato na BIS e tem, por isso, um preço simpático. Se os jovens portugueses só lessem estes três livros, pelo menos já teriam lido qualquer coisa de grande.» Maria do Rosário Pedreira em Horas Extraordinárias

quarta-feira, dezembro 29

Hélia Correia distinguida pelo Prémio Literário Fundação Inês de Castro

A escritora Hélia Correia venceu este ano o Prémio Literário Fundação Inês de Castro, com o romance Adoecer. O juri deste ano foi presidido por José Carlos Seabra Pereira e integrou ainda Mário Cláudio, Frederico Lourenço, Fernando Guimarães e Pedro Mexia. A obra premiada é uma biografia de uma inglesa, que não tem muito a ver com Portugal, mas que participa do mito ineseano, sobre o drama amoroso entre D. Pedro e Inês. Pedro Tamen, Teolinda Gersão e José Tolentino Mendonça foram os vencedores anteriores deste prémio literário, cuja primeira edição ocorreu em 2007.

Ideias perigosas para Portugal



IDEIAS PERIGOSAS PARA PORTUGAL
Propostas Que se Arriscam a Salvar o País
org. de João Caraça e Gustavo Cardoso
Editora: Tinta da China

Textos de: Catarina Portas / Michael Krause / Nelson Olim / Francisco Maria Balsemão / João Afonso / Nuno Artur Silva / Rui Tavares / Vítor Rua / Ana Sousa Dias / José Miguel Rodrigues / Rui Moreira de Carvalho / Ana Catarina Santos / João M. Almeida / Diogo Pinto / Inês Botelho / Perdo Lopes / Sónia Baptista / entre outros.

Mais público ou mais privado?
Mais governo ou mais anarquia?
Mais crença ou mais razão?
Mais eu ou mais nós?
Mais cidade ou mais serras?

João Caraça — doutorado em Física Nuclear em Oxford, director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian e professor catedrático no ISEG — e Gustavo Cardoso — professor de Media e Sociedade no ISCTE­‑IUL — apresentam um conjunto de ideias inesperadas, pouco consensuais e que vão gerar discussões renovadas nas mais variadas áreas do conhecimento.
Porquê fazer um livro sobre ideias perigosas para Portugal? Porque normalmente limitamo-nos a criticar as ideias dos outros e, com menor frequência, a contrapor outras ideias. Foi com o objectivo de quebrar esta tendência que os coordenadores estenderam as suas redes de conhecimentos, do face a face ao Facebook, e desafiaram cientistas, artistas, gestores, jornalistas, economistas e muitos outros para arriscarem quebrar as convenções e propor ideias ousadas sobre o país.

Era uma vez uma velhinha

Livro Vencedor do Prémio"Opera Prima"
da Feira do Livro Infantil de Bolonha 2010

UMA VELHINHA ENGOLIU UM mosquito.
E UMA aranha. E UM gato. E Um cão.
 E UMA serpente. E UMA vaca. E UM cavalo.

Eis o testemunho da devoção genuína de Jeremy Holmes pelo universo dos livros. O seu trabalho contém inúneras alusões que um olhar perspicaz é capaz de identificar e de partilhar com os leitores. Autêntica preciocidade tipográfica. Este pequeno objecto de arte consegue conciliar referências surreais ao século XIX com o imaginário bem-humorado da melhor tradição literária para a infância.

ERA UMA VEZ UMA VELHINHA
Criado por Jeremy Holmes
Editora: Dinalivro

domingo, dezembro 19

Obra Poética
de Sophia de Mello Breyner Andresen
Editora: Caminho
A presente edição, agrupando pela primeira vez num único tomo a obra poética da autora, segue e actualiza os critérios de fixação de texto adoptados na segunda das referidas séries, a série das edições «revistas».
Publica-se igualmente, neste volume, um conjunto de poemas dispersos em revistas, em livros colectivos, em jornais e num cartaz, desde textos que remontam à primeira fase da produção de Sophia, dos anos 1940, até aos últimos poemas escritos em 2001. Alguns destes textos já foram dados a conhecer na antologia Mar, a partir da 5.a edição, saída em 2004 (selecção e organização de Maria Andresen de Sousa Tavares).
Não se inclui no presente volume um número considerável de poemas inéditos, que integram o espólio da autora, e que aguardam publicação em futura edição crítica.

Gonçalo Cadilhe na Arquivo
21 de dezembro | terça | 18h30
para apresentar o seu último livro "O Mundo é Fácil, Aprenda a Viajar com Gonçalo Cadilhe".

"Viajar aprende-se. Como qualquer outra técnica ou conjunto de instrumentos mentais. Adquire-se a manha. Ganha-se o gosto. A vida errante é um processo gradual. Destinos óbvios a conhecer e outros a evitar. Bagagem e o que deve ir nela. Dinheiro e como transportá-lo. Como gastá-lo. Perceber o que se come e onde se dorme. Quando prosseguir viagem. Saber sorrir.

Este manual reúne essencialmente uma série de constatações pessoais, fruto de quase 20 anos a viajar profissionalmente; também apresenta informações sistematizadas a partir de outros manuais; e por fim partilha algumas experiências em que entram outros viajantes portugueses. Convidei diferentes aventureiros, cada uma com uma característica própria que justificasse o convite, a deixar um pequeno depoimento. Viajantes não profissionais, viajantes como tu." Gonçalo Cadilhe.

quarta-feira, dezembro 15

Moleskine Passions na revista Wine

Na revista  WINE deste mês, é notícia o Moleskine Passion Wine.

Também disponiveis na versão Receitas, Livros, Filmes, Música e Bem-Estar: ideiais para anotar, guardar e partilhar informações, notas, recortes e desenhos sobre as suas paixões preferidas.
Descubra-os em http://www.moleskine.pt/moleskine/?id=1376&familia_id=1790

Nicolau Breyner na Arquivo

a propósito dos livros...


Os livros são fonte de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a nossa vida e aumentando o valor da nossa existência. Mas quantos de nós já não nos sentimos perdidos nessa floresta densa e por vezes hostil que é o mundo dos livros e da literatura? O que ler? Como encontrar o livro que secretamente procuramos?
Herman Hess, escritor amado por gerações de leitores, guia-nos neste conjunto de textos fundamentais pela floresta de papel da literatura, introduzindo-nos «à magia do livro». Explica e ilustra com clareza o que significa encontrar um livro - acontecimento que pode ser tão ou mais importante do que o encontro com outra pessoa. Ajuda-nos de forma simples e precisa no passo mais delicado e fundamental: a criação da nossa própria biblioteca. Sugere-nos livros incontornáveis e explica-nos porque devemos travar conhecimento com eles. Reflecte de forma actualíssima sobre o universo da leitura e da escrita.
Um livro fundamental, inédito em português, para todos os leitores que pretendam iniciar ou aprofundar o seu conhecimento na arte subtil da leitura.

UMA BIBLIOTECA DA LITERATURA UNIVERSAL
Herman Hesse
Editora: Cavalo de Ferro

terça-feira, dezembro 14

ARQUIVO – BENS CULTURAIS distinguida com Estatuto PME Excelência 2010

A ARQUIVO – BENS CULTURAIS foi distinguida com o Estatuto PME Excelência 2010, atribuído pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação – Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento) em parceria com os principais bancos. Este Estatuto é atribuído a pequenas e médias empresas portuguesas que evidenciam os melhores desempenhos e indicadores de gestão, no contexto da estrutura empresarial nacional.
Já em 2009, à ARQUIVO - BENS CULTURAIS foi reconhecido o Estatuto PME Líder, atribuído pela mesma entidade às empresas que apresentaram elevados níveis de eficiência e competitividade.
A atribuição do Estatuto PME Excelência, tem lugar hoje (14 de Dezembro) no Europarque (Santa Maria da Feira), numa Cerimónia Pública com a presença do Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento.
A ARQUIVO - BENS CULTURAIS agradece a todos os que contribuíram para esta distinção de referência!

segunda-feira, dezembro 13

10 Livros para oferecer neste Natal - As escolhas do jornal Público

«Isabel Coutinho [jornalista do Público] seleccionou romances que receberam prémios ou títulos de autores qeu não publicavam há muitos anos, biografias que nos mostram o outro lado de políticos e escritores, um livro de História e a nova obra do Nobel da Literatura 2010. Todos editados em Portugal durante este ano.»

ARQUIVO INTIMO
Nelson Mandela
Prefácio de Barack Obama
Editora: Objectiva
"A história contida neste livro - e a história que a vida de Mandela nos conta - não é uma história de seres humanos infalíveis e de triunfo inevitável. É a história de um homem que se dispôs a arriscar a própria vida por aquilo em que acreditava, e que se esforçou verdadeiramente por levar o tipo de vida que acabaria por fazer do mundo um lugar melhor", escreve no prefácio o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

HISTÓRIA DO SÉCULO XX
Martin Gilbert
Editora: Dom Quixote
Neste livro percebemos melhor a Revolução Russa de 1917, a ascensão de Hitler ao poder, o reinado e a morte de Estaline ou Mao Tse-tung, a largada de bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáki, o assassínio do Presidente Kennedy, a Guerra do Vietname, a ida do Homem à Lua. Os capítulos estão divididos por décadas e terminam em 1999.

SALAZAR - BIOGRAFIA POLÍTICA
Filipe Ribeiro Meneses
Editora: Dom Quixote
É a primeira biografia académica de António Oliveira Salazar, 40 anos depois da sua morte, 15 anos depois da abertura ao público do seu arquivo. Foi escrita em inglês por Filipe Ribeiro de Meneses, um historiador português radicado em Dublin, depois de sete anos de investigação.

CLARICE LISPECTOR  - UMA VIDA
Benjamin Moser
Editora: Civilização
A tarefa não é fácil. Como disse Orhan Pamuk, Clarice Lispector é uma das escritoras mais misteriosas do século XX, mas Benjamin Moser conseguiu desvendar parte desse mistério. Uma biografia que se lê como uma romance.

RENASCER
Diários e Apontamentos 1947-1963
Susan Sontag
Editora: Quetzal
Este é o primeiro de três volumes diários de Susan Sontag ue o seu filho, David Rieff, organizou e pubblicou. O livro começa com os anos da faculdade e as primeiras experiências ficcionais de uma das ntelectuais mais influentes da América do pós-guerra, e termina em 1963.

LUKA E O FOGO DA VIDA
Salman Rusdhie
Editora: Dom Quixote
Nos anos 90, quando era perseguido, Salman Rusdhie escreveu um livro par ao seu filhos mais velho - Harun e o mar de histórias. Nos últimos anos, Milan, o seu filho mais novo, pediu-lhe também que escrevesse um livro para ele. E assim surgiu Luka e o Fogo da Vida.

UMA VIAGEM À INDIA
Gonçalo M. Tavares
Editora: Caminho
Uma Viagem à India é um romance em verso que paróia Os Lusíadas. O texto está dividido em cantos, estrofes e versos e retoma a naoção de epopeia com um protagonista que dá pelo nome de Bloom. O livro tem prefácio de Eduardo Lourenço, em que o ensaísta afirma que Uma Viagem à India "navega e vive entre os ecos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grandes livros [...]"

DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISIVEL
Rui Cardoso Martins
Editora: Dom Quixote
O ponto de partida para o segundo romance de Rui Cardoso Martins é uma grande chuvada em Lisboa. Tudo começa quando um advogados cego e um miúdo de oito anos são arrastados para um tubo de esgoto e contam histórias um ao outro. Rui Cardoso Martins recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores.

EM ALGUMA PARTE ALGUMA
Ferreira Gullar
Editora: Ulisseia
Prémio Camões 2010, Ferreira Guillar fez 80 anos a 10 de Setembro passado e rompeu um silêncio poético de 11 anos. Em Alguma Parte Alguma é um livro de poemas que começou a escrever em 2000.

O SONHO DO CELTA
Mario Vargas Llosa
Editora: Quetzal
Em Outubro foi-lhe atríbuido o P´remio Nobel da Literatura 2010 e, em Novembro, Mario Vargas Llosa lançou o romance O Sonho do Celta, que se baseia na vida de Roger Casement, cônsul britânico no Congo Belga no início do século XX, anticolonialista e defensor dos direitos humanos e das culturas indígenas.

Sessão de autógrafos com Nicolau Breyner



Sessão de Autógrafos com Nicolau Breyner
18 dezembro | sábado | 16h30

O livro É melhor ser alegre que ser triste conta a vida de um alentejano tirado à terra a quem Deus entregou um outro destino. Português incatalogável, é um actor versátil, com caminho feito no teatro de revista e na comédia, experimentadíssimo nos plateaux de televisão e de cinema, produtor, realizador, e também autor de programas que mudaram a história da televisão e do humor feitos em português. Para além das suas próprias histórias, aqui ficam também contadas partes de várias outras - as do teatro, da televisão, do cinema, mas também algumas de Serpa e de Lisboa. Feito em colaboração com o actor, É melhor ser alegre que ser triste percorre setenta anos de vida e cinquenta de carreira de um homem conhecido pelas qualidades humanas de quem se construiu em torno dos afectos.
Pode uma vida ser explicada em cinco partes, apenas cinco dimensões de um todo? Ao contar-se, Nicolau Breyner divide-se pelo Alentejo, pelo teatro, pelo cinema e pela televisão, mas é na última parte, Nico, que nos narra o homem.


É melhor ser alegre que ser triste
Sarah Adamopoulos
Editora: Planeta
Primeira e única biografia com a colaboração do autor

sexta-feira, dezembro 10

Exposição de joalharia de autor


A inauguração é hoje, sexta, 10 de dezembro, à tardinha.

 

Sugestões para as suas ofertas de Natal

Uma tarde que promete. Na Livraria Arquivo, claro!

Amanhã, sábado,11 de dezembro, há história infantil, uma sessão de autógrafos com o escritor Francisco Moita Flores e ainda a actuação do Coro Infantil do Jardim Escola João de Deus. Uma tarde que promete!
Ainda este fim-de -semana, "Ofereça Solidariedade" com a Arquivo e estará a apoiar a Cáritas de Leiria.
Contamos com a sua visita!

sexta-feira, dezembro 3

bons motivos para nos visitar


Muitos e bons motivos para nos visitar sábado (2 de dezembro):

- Ofereça Solidariedade: por cada livro vendido neste dia 2€ revertem a favor da Cáritas de Leiria;

- Sessão de autógrafos com o escritor Mário Zambujal, a partir das 17h30, acompanhada de degustação de vinhos produzidos pela Herdade do Rocim;

- Animação nocturna para pais e filhos às 21h00: actividade lúdica para pais e filhos, a partir do livro "Não é uma Caixa", de Antoinette Portis;

- 30% de desconto em artigos EASTPAK e outros seleccionados;

- Vamos estar Shop On e por isso vamos estar de portas abertas até às 24 horas.


Tudo bons motivos para nos visitar!

quinta-feira, dezembro 2

Hoje há contos à tardinha...


«Para aquela princesa, perder a sua fada madrinha fora o pior que lhe podia ter acontecido. Primeiro, porque não pensava ser possível perder alguém que a acompanhara na sua vida, amando-a, guiando-a, apoiando-a, incentivando-a e até ralhando-lhe quando era preciso. Depois, porque, como era sabido em todo o reino, é muito difícil a recuperação após uma perda daquelas, e a jovem era sensível e delicada.
A princesa passava os dias mergulhada num estado de dor que a embriagava e numa saudade que a fazia perder o contacto com a vida.
Sentido-se vazia, desamparada e sem forças, procurou a fada madrinha nos fins de tarde, mas não a encontrou. Procurou-a nas tarefas que cumpriam juntas, mas não a controu. Procurou-a nos sorrisos, mas não a encontrou.
Tudo o que encontrava, ao procurá-la à sua volta, numa esperança vã de a reaver, era dor, saudade e sofrimento.
Os reis assistiam a tudo isto sem poder intervir, pois também era sabido por todo o reino que a recuperação tem de ser sentida por cada um. O problema é que não resistiam a dar-lhe conselhos, não resistiam a desafiá-la para actividades que, para ela, não tinham qualquer interesse, não resistiam a resgatá-la. E, como ele, todos os que a rodeavam faziam o mesmo, embora sem qualquer sucesso.(...)» (retirado de "Brincar com Coisas Sérias", pg. 41.

quarta-feira, dezembro 1

AO CAIR DA NOITE
Michael Cunningham
Editora: Gradiva
Peter e Rebecca Harris, na casa dos quarenta e a viver em Manhattan, aproximam-se do apogeu das suas carreiras em arte: ele, negociante; ela, editora numa boa revista da especialidade. Com um moderno e espaçoso apartamento, uma filha adulta a estudar na universidade em Boston e amigos inteligentes e animados, levam um invejável estilo de vida urbano contemporâneo e parecem ter todas as razões para serem felizes. Mas é então que o irmão de Rebecca surge em cena. Extremamente parecido com ela, mas muito mais novo, Ethan (conhecido na família como Mizzy, «O Erro») resolve visitá-los. Na sua presença, Peter começa a pôr em causa os artistas, o trabalho destes, a sua carreira – todo o mundo que construíra com tanto cuidado.
Tal como o aclamado romance As Horas, vencedor do Prémio Pulitzer, esta nova obra de Cunningham constitui uma visão dolorosa do modo como vivemos hoje em dia. Plena de peripécias inesperadas, faz-nos pensar (e sentir) com profundidade nas utilizações e no significado da beleza e no papel do amor nas nossas vidas.
«No seu romance mais concentrado – um enaltecimento agridoce da criatividade humana – Cunningham, mestre da escrita vencedor de um Prémio Pulitzer, combina erotismo e estética para orquestrar uma admirável crise da alma. Inspirando-se em Henry James e Thomas Mann, assim como nos artistas Agnes Martin e Damien Hirst, produz uma história belíssima, espirituosa, filosófica e urbana sobre os mistérios da beleza e do desejo, da arte e da ilusão, do tempo e do amor.»

quinta-feira, novembro 25

Histórias para contar consigo...


"Brincar com Coisas Sérias" é um livro ou um jogo?

A partir da sua experiência, e contando com o poder das palavras, Margarida Fonseca Santos e Rita Vilela escreveram, em 2008, Histórias para contar consigo. Dois anos depois repetem a brincadeira e desafiam o leitor a conhecer-se melhor.
Tenha um final de tarde diferente no próximo dia 2 de dezembro e venha ouvir a Margaria Fonseca Santos e a Rita Vilela.

segunda-feira, novembro 22

O Sonho do Celta

Novo livro do Prémio Nobel da Literatura 2010

O Sonho do Celta baseia-se na vida do irlandês Roger Casement, cônsul britânico no Congo Belga, em inícios do século xx . e que durante duas décas denunciou as atrocidades do regime colonial, antes de rumar à Amazónia peruana. É no cenário deslumbrante e perturbador do rio Congo, revelado por Roger Casement ao escritor Joseph Conrad - e de que este se serviu para o seu romance O Coração das Trevas -, que Mario Vargas Llosa situa o início do seu novo livro. Roger Casement, defensor dos direitos humanos, nacionalista irlandês, condenado á morte por traição, é mais do que um personagem de romance; a sua vida extraordinária, cheia de aventuras, ousadias, sonhos e perseguições é também um fragmento da história da humanidade que não desiste de ser humama e justa apesar das muitas desilusões que a cerca.

O Sonho do Celta
Mario Vargas Llosa
Editora: Quetzal

quinta-feira, novembro 18

Aproveite Campanha de Natal na Arquivo

Até dia 10 de Dezembro, aproveite as vantagens de fazer as suas compras na Arquivo:
50€ - vale de 5€
75€ - vale de 10€
100€ - vale de 15€
e os mais novos (até 12 anos) que se inscreverem no
CLUBE ARQUIVINHO durante o período da campanha recebem um vale de 5€.

Para grandes presentes, grandes ofertas!

Um pai de filme, de António Skármeta


O leitor vai encontrar neste livro todas as qualidades literárias e o profundo humanismo que fizeram de Skármeta umdos mais lidos autores contemporâneos.


Numa aldeia decadente e remota do Chile, onde uma simples ida ao cinema ou ao bordel implica uma viagem num velho comboio, também ele em vias de extinção, vive, com a sua mãe, um jovem professor primário cheio de sonhos literários e o natural desejo de encontrar o amor e descobrir o sexo.
Nesse microcosmos, personagens magistralmente retratadas pelo autor vivem as suas vidas modestas, mas nem por isso desprovidas de sentimentos e ambições - a sua mãe, Cristián, o padeiro e grande amigo do seu pai, um francês que se foi embora da terra no próprio dia em que o mestre-escola, concluído o seu curso, regressava, as atraentes e casadoiras irmãs Gutiérrez, irmãs do seu aluno Augusto, um jovem de 15 anos, obcecado pelo desejo de perder a virgindade e ir pela primeira vez para a cama com uma mulher, outros alunos e uma prostituta que gosta de Geografia. Sem nada que o fizesse prever, aparece também Emílio, comme Zola, um bebé, filho ilegítimo do seu pai.
A acção é breve, mas intensa, e no final, Jacques, o professor, mais maduro, resolve os problemas sentimentais próprios e os daqueles que lhe são próximos.

UM PAI DE FILME
António Skármeta
Editora: Teorema
 

segunda-feira, novembro 15

Arquivo Intímo, de Nelson Mandela



“Na vida real lidamos, não com deuses, mas como seres humanos normais como nós: homens e mulheres cheios de contradições, que são constantes e instáveis, fortes e fracos, famosos e infames.” Nelson Mandela

«Tentei imaginar Mandela – a lenda que mudou a história – como Mandela o homem que tanto se sacrificou pela mudança.
Este livro presta ao mundo um serviço extraordinário ao dar-nos o retrato de Mandela o homem.»
Barack Obama, Presidente dos EUA

Nelson Mandela é uma das figuras mais inspiradoras e icónicas dos nossos tempos. Agora, depois de uma vida a passar para o papel pensamentos e acontecimentos, obstáculos e vitórias, o pai da nação arco-íris revela pela primeira vez o seu arquivo pessoal e convida-nos a vislumbrar, como nunca, a sua vida extrordinária.
Em Arquivo Intímo, através de escritos nunca antes publicados, os leitores têm acesso ao homem privado por trás da figura pública. Entre os seus textos, encontram-se cartas comoventes à sua mulher Winnie, escritas no tempo da prisão; correspondência e conversas com amigos mais chegados; entradas no diário pessoal, ao qual foi buscar força para continuar a viver depois da morte do filho Thembi; assim como apontamentos e reflexões do seu tempo como primeiro presidente negro da África do Sul.
Uma viagem fascinante por mais de cinco décadas de vida, Arquivo Intimo é uma oportunidade única de passar tempo com Nelson Mandela, o homem, pelas suas próprias palavras.

Nelson Mandela nesceu na região de Transkei, África do Sul, a 18 de Julho de 1918. Em 1944 filiou-se no Congresso Nacional Africano, e foi como elemento do partido da oposição que protestou contra as políticas do apartheid do Partido Nacional, até ser preso em 1962. Mandela esteve preso por mais de vinte e sete anos. Durante esse período, tornou-se cada vez mais sólida a sua reputação como símbolo de resistência do movimento anti-apartheid. Foi libertado da prisão em 1990, e em 1994 tomou posse como o primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul.

ARQUIVO INTÍMO
Nelson Mandela
Editora: Objectiva

histórias daqui e dali



Histórias daqui e dali
Luis Sepúlveda
Editora: Porto Editora
«"Tá", diz-se em uruguaio quando se procura afirmar com ênfase, e "Tá" respondeu Mario Benedetti quando a decência perguntou se havia que arriscar pelos pobres, pelos fracos, pelos condenados da terra, pelos que não tinham direito à alegria, pelos que sonhavam com uma existência justa, por uma palavra "amanhã" plena de sentido.»
Esta frase, que dá início a uma das histórias que Luis Sepúlveda recolhe neste livro, resume perfeitamente tanto o espírito que guia a vida do autor chileno, como as suas palavras. Palavras seguras, potentes mas sussurrantes, que sempre nos interrogam sobre o estado do mundo e das suas gentes. Foi essa interrogação constante que consagrou Luis Sepúlveda como um dos mais originais escritores de língua castelhana.
Nestas 25 histórias somos transladados para diversos cenários, distintas situações, países daqui e dali, mas as palavras do autor remetem-nos sempre para um mesmo território literário: o território dos derrotados que se negam a aceitar a derrota. Um território bem conhecido dos leitores de Luis Sepúlveda que, neste livro, se reencontrarão com algumas das melhores passagens da sua extensa obra literária.

A partir de hoje

terça-feira, novembro 9

Dama de Espadas, de Mário Zambujal

DAMA DE ESPADAS

Crónica dos Loucos Amantes
Mário Zambujal
Editora: Clube do Autor
«As paixões arrebatadoras são como o vinho das melhores castas: primeiro alegram, depois embriagam, um dia azedam»

Com o seu admirável ritmo narrativo e clareza de escrita salpicada de humor, Mário Zambujal dá-nos a conhecer Eva Teresa, garota de onze anos, e Filipe, rapaz de dezoito, que namora com a irmã, Rosália. Há uma empatia folgazã entre a pequenita e o previsivel futuro cunhado. A vida afasta-os quando a família Lucas se instala no Brasil, liquidando o namoro de Filipe e Rosália e ocultando a transição de Eva de menina para mulher. É por fotos e videos que Filipe a revê e, então, os sentimentos alteram-se: o afecto pela criança transforma-se em paixão adulta e ele viaja para o Brasil. Mas acontecerá em Sintra o autêntico reencontro e o inicio de um romance entrecortado por episódios imprevisiveis que enlaçam mistério e comicidade. Só nas últimas páginas os leitores ficarão a conhecer o desfecho de uma história fértil de surpresas.
No seu estilo inconfundível, Mário Zambujal traz-nos uma obra em que se aliam a vontade de saborear cada passo da trama e o prazer da leitura.

Mário Zambujal vem à Livraria Arquivo dia 4 de Dezembro para uma sessão de autógrafos.

Eduardo Sá na Arquivo

“Não é verdade que uma família seja um presépio. E que todas as pessoas que a componham nos liguem uns aos outros com ternura. E nos abracem, com força e calor. E nos tirem o ar desse jeito gostoso. E não é verdade que apareçam quando menos as esperamos. E digam “gosto de ti!” num folego, sem estarmos preparados. E que sejam justas. Mas parciais.
Eu acho que as famílias nos fazem, muitas vezes, infelizes. E – pior – há famílias que nos tornam desfelizes, que é assim uma forma de não sermos felizes, mas somente “assim-assim”.
Na verdade, uma família serve para nos sentirmos acompanhados por dentro, adivinhados quando nos sentimos misteriosos e arrebatados sempre que estamos sonolentos. E ensina-nos que perdoar é esquecer sem dar por isso.
Do que gostava – mesmo – é que a família fosse, simplesmente, um sindicato da bondade.”

O psicólogo Eduardo Sá vai estar na livraria Arquivo já no próximo dia 24 de Novembro, onde falará do Sindicato da Bondade e outros 'apontamentos' mais.





sexta-feira, outubro 29

Agenda Cultural de Novembro



Agenda Cultural de Novembro
Livraria Arquivo
À Conversa com...
À Conversa com... António Lobo Antunes
a propósito do seu último livro "Sôbolos rios que vão"
data: 5 de Novembro | 18h30
História Infantil
Animação da história infantil “Ovelhinha dá-me lã”, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono
Animadora: Liliana Gonçalves
data: 13 de Novembro | 16h30
Apresentação:
Apresentação do livro “Sindicato da Bondade”, de Eduardo Sá
data: 24 de Novembro | 18h30
Exposição
Exposição de escultura de Filipe Curado
Patente de 12 de Novembro a 9 de Dezembro

"Um tiro no escuro"
Exposição de ilustração de Mariana, a Miserável
Patente até 10 de Novembro


Programação da LIVRARIA ARQUIVO

O Instituto Politécnico de Leiria apoia a agenda cultural da Livraria Arquivo.
Apoios: Te-ato, grupo de teatro de Leiria; Portal Orelhas;

quinta-feira, outubro 28

Novo livro de Paul Auster

"Numa época de crise e de mudança, Auster recorda-nos coisas duradouras como o amor, a arte e 'a miraculosa estranheza de se estar vivo". Booklist

SUNSET PARK
Paul Auster
Editora: ASA

Durante os meses sombrios do colapso económico de 2008, quatro jovens ocupam ilegalmente uma casa abandonada em Sunset Park, um bairro perigoso de Brooklyn.
Bing, o cabecilha, toca bateria e dirige o Hospital das Coisas Escangalhadas, onde conserta relíquias de um passado mais próspero. Ellen, uma artista melancólica, é assaltada por visões eróticas. Alice está a fazer uma tese sobre a forma como a cultura popular encarava o sexo no pós -guerra.
Miles vive consumido por uma culpa que o leva a cortar todos os laços familiares. Em comum têm a busca por coerência, beleza e contacto humano. São quatro vidas que Paul Auster entrelaça entre tantas outroas para criar uma complexa teia de relações humanas, num romance sobre a América contemporânea e os seus fantasmas.

quarta-feira, outubro 27

Mais logo, Daniel Sampaio

Mais logo, à tardinha, Daniel Sampaio vai conversar sobre as memórias do futuro e a narrativa de uma família.
Hoje (27 de Outubro), partir das 18h30.

«Falei muito, estranhamente calmo. Tínhamos vinte anos e passeávamos de mão dada na Alameda da Universidade, tu de cabelo escorrido e mala de pano a tiracolo, eu sempre de pasta copm livros antigos de História, não éramos namorados mas todos pensavam que sim, só começámos a namorar mais tarde, quando nos beijámos no meio do estudo, era Maio e os exames chegariam em breve. Não disse ao médico a verdade, não confessei que no dia aseguinte afirmei que aquele beijo não tinha significado, vem daí o meu eterno medo em não me sentir amado, em pensar que gostas de mim mas jamais te apaixonarás. Contei-lhe apenas como tudo tinha corrido bem, uma casamento tranquilo e uma vida de trabalho, dois filhos que nunca nos tinham dado problemas, por isso para mim tudo era causado pela tua traição, estava perplexo por ele não ter ainda falado nisso.
O Daniel Sampaio:
- Falarei das infidelidades da sua mulher depois de o ouvir falar das suas, a infidelidade é sempre dos dois.(...)» pg. 153, in "Memórias do Futuro", de Daniel Sampaio

terça-feira, outubro 26

amanhã Daniel Sampaio

«(...) O que foi comum foi a forma como vivemos a escola, às vezes com a sensação de ninguém entender o que nos movia. Quando lutávamos para conseguir o apoio dos colegas, num esforço conjunto para conferir sentido ao trabalho do alunos, respondiam que o Ministério nos haveria de dar uma medalha de cortiça e que nada poderia justificar o trabalho por nós proposto aos professores da escola.
Os anos que precederam a nossa ida para casa foram difíceis. A reforma foi decidida logo que a idade e o tempo de serviço permitiram uma penalização aceitável, mas trabalhámos até ao último dia com a energia com que entrámos na primeira escola, com pouco mais de vinte anos e uma licenciatura acabada de completar: não era possível, para ambos, estar a ensinar jovens como quem vai para um emprego sem esperança.(...)» pg 61 e 62, in Memórias do Futuro, Narrativa de uma Família.

Gostamos Muito


Crítica no semanário Expresso do Livro "O Primeiro Gomo da Tangerina", da Planeta Tangerina

"O Primeiro Gomo da Tangerina" é um poema (e uma música) de Sérgio Godinho. Madalena Matoso transformou o poema em imagens, neste ábum ilustrado que continua a ter um pouco de álbum musical...
Não deixem de ouvir a música. Vale mesmo a pena. E o livro também!

sexta-feira, outubro 22

A Vida não Basta


 "A Vida não Basta" em notícia no Jornal de Leiria. Em Dezembro há novo Encontro, desta feita dedicado à Literatura e Humor. E com outras coisas mais...
(para ler clique em http://www.jornaldeleiria.pt/files/_Edicao_1371_4cbf164cc7c8e.pdf)

O Livro do Mês na Arquivo em Outubro é...


Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas

DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISIVEL
Rui Cardoso Martins
Editora: Dom Quixote
PVP: 16,15€
ESPECIAL PREÇO LIVRO DO MÊS: 11,30 €

A confirmação de um talento anunciado com E se eu gostasse muito de morrer.
Durante uma grande enxurrada em Lisboa, um homem, cego desde os 8 anos, advogado, cai numa caixa de esgoto aberta, situada junto da igreja de S. Sebastião da Pedreira. Na mesma altura, um escuteiro que regressava de uma actividade na mesma igreja é também arrastado para o mesmo esgoto.
É a viagem de ambos, através de uma Lisboa subterrânea, enquanto cá fora são tomadas todas as medidas para os salvarem, que o autor nos conta neste segundo livro.
Mas é também a entreajuda, a cumplicidade entre o cego e a criança, naquela terrível aventura.
Pelo meio, as histórias de um ilusionista, Seripe de nome artístico, na realidade Pires ao contrário, as recordações do homem cego do tempo antes de aquilo acontecer, a história de um camaleão que não acertava com a cor, e tantas outras tornam a leitura deste livro extremamente aliciante.

RUI CARDOSO MARTINS
Rui Cardoso Martins nasceu em 1967, em Portalegre, e tirou o Curso Superior de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa.
É jornalista fundador do Público, onde mantém a crónica “Levante-se o Réu” (Pública), das mais antigas da imprensa portuguesa, com dois prémios Gazeta de Jornalismo. Como repórter cobriu, entre outros acontecimentos, o cerco de Sarajevo e Mostar, na Guerra da Bósnia, e as primeiras eleições livres na África do Sul.
Argumentista fundador e sócio das Produções Fictícias, é co-criador do programa satírico Contra-Informação, que escreve desde o primeiro episódio.
Foi co-autor de Herman Enciclopédia, escreveu para Conversa da Treta (rádio, televisão e teatro) e para o jornal Inimigo Público.
Co-autor da série dramática Sociedade Anónima, da RTP.
No cinema, é autor do argumento e guião originais da longa-metragem Zona J.




Novo livro de José Rodrigues dos Santos

 A vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo.
O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo.
No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais long
iquos da província. O seu trabalho depressa atrai as atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda no mato.
Chamam-lhe o Anjo Branco.
Mas a guerra colonial rebenta e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais segredo de Portugal no Ultramar.
Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção, o Anjo Branco afirma-se como o mais punjante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial - e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em Àfrica.

O ANJO BRANCO
José Rodrigues dos Santos
Editora: Gradiva

quinta-feira, outubro 21

Daniel Sampaio e Memórias do Futuro



«(...) Quando eras criança tudo era diferente: a minha energia era maior e os teus planos mais ambiciosos. Imaginavas viagens a lugares que descobrias na internet, pensavas que te iria acompanhar para sempre. Sem a noção do tempo, projectavas o teu futuro comigo e com os teus pais e irmã. Até ao dia do hospital,
Disseste à mãe de um colega (soube-o mais tarde) que o hospital proibia a visita de crianças com menos de dez anos, uma decisão acertada mas que para ti não fazia qualquer sentido. Por estar muito doente, dizias, não me irias voltar a ver. Sai pelos teus pais que te inquietavas comigo, na escola e em casa: dorido na alma e no corpo pela cirurgia, gostei de te sentir junto a mim. Nunca mais falámos no assunto. Quatro anos depois, vi o desenho do teu primo: eu na cama do hospital, a família à minha volta: à espera do meu regresso ou a antever o meu fim, como receaste.
Afonso, ainda não doi dessa. Vinte anos depois aqui está o teu avô. Exames médicos, que a cada seis meses aguardo com angústia crescente, dizem que está tudo bem. Acho que também detestas hospitais. Eu fiquei a odiá-los antes de lá ir parar.» pg. 18/19, "Memórias do Futuro, narrativa de uma família", de Daniel Sampaio.

Uma Viagem à India

Uma Viagem à India, com consciência aguda da sua ficcionalidade, navega e vive entre os escos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grande livros, e este é um deles. Eduardo Lourenço

Este livro é a narrativa da viagem de Bloom - um homem que tenta aprender e esquecer no mesmo movimento, traçando um itinerário de uma certa melancolia contemporânea.

UMA VIAGEM À INDIA
Gonçalo M. Tavares
Editora: Caminho

Contamos ter Gonçalo M. Tavares brevemente na Livraria Arquivo.

quarta-feira, outubro 20

Os Donos de Portugal


OS DONOS DE PORTUGAL
Cem Anos de Poder Económico (1910-2010)
Jorge Costa, Luís Fazenda, Cecília Honório, Francisco Louçã e Fernando Rosas
Editora:  Edições Afrontamento

Este livro apresenta os donos de Portugal e faz a história política da acumulação de capital ao longo dos anos que vão de 1910 a 2010. Descobre-se a fortuna nascida da protecção: pelas pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia. Esta burguesia é uma teia de relações próximas: os Champalimaud, Mello, Ulrich, entre outros, unem-se numa mesma família. Os principais interesses económicos conjugam-se na finança. Esta burguesia é estatista e autoritária: o seu mercado é o Estado e depende por isso da promiscuidade entre política e negócios.
Os Donos de Portugal retrata também um fracasso monumental: o de uma oligarquia financeira incapaz de se modernizar com democracia, beneficiária do atraso, atraída pela especulação e pelas rendas do Estado e que se afasta da produção e da modernização. Ameaçada pelo 25 de Abril, esta oligarquia restabeleceu-se através de um gigantesco processo de concentração de capital organizado pelas privatizações. Os escândalos do BCP, do BPN e do BPP revelaram as faces da ganância. Este livro demonstra como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e favorecimento.

JORGE COSTA. Dirigente do Bloco de Esquerda. Co-autor de Grandes Planos - Oposição estudantil à ditadura (Âncora, 2000) e de A Globalização Armada (Edições Afrontamento, 2004).
LUÍS FAZENDA  Deputado, vice-presidente da Assembleia da República. Co-autor de Ensaio Geral - Passado e Futuro do 25 de Abril (Dom Quixote, 2004)
CECÍLIA HONÓRIO Deputada, doutorada em História das Ideias. Autora de Manuel Fernandes Tomás, 1771-1822 (Texto, 2009)
FRANCISCO LOUÇÃ Professor Catedrático de Economia (Universidade Técnica de Lisboa). Co-autor de Economias(s) (Edições Afrontamento, 2009) e de outros livros sobre Ecomomia.
FERNANDO ROSAS  Professor Catedrático de História (Universidade Nova de Lisboa). Autor de vários estudos sobre a história de Portugal no século XX.

Novo livro de André Gago



«É um livro que cruza a história de um foragido da Guerra Civil de Espanha com o drama vivido pela população de Vilarinho das Furnas aquando da construção da barragem (como sabem, a aldeia ficou submersa na albufeira e todos os seus habitantes tiveram de ser deslocados) e por onde perpassam, embora sem serem nomeadas, figuras portuguesas como Torga, Jorge Dias e outras», explica a editora Maria do Rosário Pedreira. «É uma obra de grande qualidade, finalista do Prémio Leya no ano passado.»(conforme ler.blogs.sapo.pt/708325.html )

sexta-feira, outubro 15

António Lobo Antunes de regresso à Arquivo

Foto Pedro Loureiro-Ler
Já está confirmado: dia 5 de Novembro António Lobo Antunes vai estar na Arquivo.
Até lá, aqui fica a primeira página de "Sôbolos rios que vão", que nos chegou hoje às mãos:

«21 de Março de 2007
Da janela do hospital em Lisboa não eram as pessoas que entravam nem os automóveis entre as árvores nem uma ambulância que via, era o comboio a seguir aos pinheiros, casas, mais pinheiros e a serra ao fundo com o nevoeiro afastando-a dele, era o pássaro do seu medo sem galho onde poisar a tremer os lábios das asas, o ouriço de um castanheiro dantes à entrada do quintal e hoje no interior de si a que o médico chamava cancro aumentando em silêncio, assim que o médico lhe chamou cancro os sinos da igreja começaram o dobre e um cortejo alongou-se na direcção do cemitério com a urna aberta e uma criança dentro, outras crianças vestidas de serafim de guarda ao caixão, gente de que notava apenas o ruído das botas e portanto não gente, solas e solas, quando a avó no muro com ele desistiu de persignar-se sentiu o cheiro de compotas na despensa, vasos em cada degrau da escada e como os vasos intactos não acontece fosse o que fosse, por um triz, estendido na maca à saída do exame, não perguntou ao médico
- Não aconteceu fosse o que fosse pois não?
e não aconteceu fosse o que fosse dado que os vasos intactos, a avó que morreu há tantos
anos ali viva com ele, o avô defunto há mais tempo a ler o jornal com o seu aparelho de surdo, o silêncio do avô...»

terça-feira, outubro 12

E como vai ser no próximo A Vida Não Basta?



Mário Lúcio Sousa, João Tordo e Vasco Curado são os escritores que irão animar a conversa do próximo "A Vida nâo Basta - Encontros na Arquivo". Conversa que, se espera, possa terminar desta forma... (video do cantor e compositor Mário Lucio Sousa a tocar ao vivo a música "Corrê Xintidu", no Centro Cultural do Mindelo (Cabo Verde), a 20 Dezembro de 2007). Por tudo isto e ainda pelas participações Sandra José e João Lázaro, Bruno Carnide, Diogo Carvalho e Nuno Rancho, vai ser uma grande festa e decerto vai valer a pena estar por perto.
Entrada Livro
Apoio: HERDADE DO ROCIM

segunda-feira, outubro 11

A Vida Não Basta - Encontros na Arquivo


AVIDA NÃO BASTA - ENCONTROS NA ARQUIVO
TEMA: "Novos autores e a nova escrita portuguesa"
Convidados: Maria do Rosário Pedreira (editora) e os escritores João Tordo, Mário Lúcio Sousa e Vasco Curado.
Moderador: Álvaro Romão
Leituras de Sandra José e João Lázaro (Te-Ato)
Exibição e apresentação vídeo de Bruno Carnide.

Performance de Diogo Carvalho.
Actuação ao vivo de Nuno Rancho

(A Vida não Basta – Encontros na Arquivo é uma nova actividade cultural da Livraria Arquivo – uma conversa à volta dos livros e outras coisas mais, onde se conjugam várias formas de expressão artística, porque “a literatura como toda a arte é uma confissão de que A Vida Não Basta” (Fernando Pessoa).)

|entrada livre|
APOIO: HERDADE DO ROCIM

domingo, outubro 10

Um Tiro no Escuro

"Um Tiro no Escuro"
Exposição de Ilustração de Mariana, a Miserável.
Patente até 9 de Novembro.

«Quando era pequena queria ser florista, mas cedo tomou a liberdade de seguir uma vida de “miséria, fossa e rock'n'rol”. Tem feito parte de bizarros triângulos amorosos e de coisas ainda mais quadradas e, quando não acha que é deus, acredita que este é um senhor divorciado qeu não ouve bem. A um passo da queda e a outro do casamento por conveniência, vendeu o seu coração numa loja de souvenirs para pagar a conta da água.
Um dia (talvez uma noite), descobriu que gostava de desenhar coisas estranhas – de construir o mundo para construir outros, não necessariamente melhores, mas que os seus olhos fizessem mais sentido.
Há um par de anos aprendeu a ler mas apenas conhece os livros pelas capas. É amante de capas. Sabe-as de cor e salteado e guarda na memória todas as histórias que imagina a partir delas. As letras deixa-as para os entendidos. Acha que o paraíso é “uma espécie de livraria”, onde os livros são compostos pro desenhos e, deve vez em quando, por pequenas porções de texto a ilustrá-los. Com o desejo de chegar ao céu, foi construída esta exposição. Cada uma das dez ilustrações pretende atingir o significado de outros tantos livros, partindo apenas da leitura dos seus títulos. Ou seja, cada trabalho é um tiro no escuro.
Mais do que isso, já seriam muitas letras e Mariana gosta é dos desenhos
marianaamiseravel.blogspot.com

Títulos expostos: “As Aventuras de João Sem Medo”, “As Três Vidas”, “O Amor é Fodido”, “Mizé – Antes Galdéria do que Normal e Remediada”, “O Homem ou é Tonto ou é Mulher”, “Pornografia Erudita”, “Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”, “O Último Voo do Flamingo”, “Minto até ao Dizer Minto” e “Hei-de Amar uma Pedra”.

Já chegaram as Moleskine para 2011


Já chegaram as agendas Moleskine para 2011 e com algumas novidades. Escolha aqui a que mais lhe convém http://www.moleskine.pt/moleskine/?id=1376&familia_id=1192&subfamilia_id=1833

Daniel Sampaio na Livraria Arquivo


Daniel Sampaio vai estar na Livraria Arquivo dia 27 de Outubro, às 18h30, para apresentar Memórias do Futuro - Narrativa de uma família. Leia abaixo pequena entrevista ao psiquiatra publicada no Jornal de Letras.

Com 78 anos de idade, o narrador e personagem principal deste novo livro de Daniel Sampaio é um dia confrontado com uma situação comum a muitos homens da sua idade – o casamento de um neto. Convidado para a festa, feliz por não ter sido esquecido, parte para uma longa viagem mental nas profundidades da sua memória. Começa por esse neto, Afonso, que o fez sentir velho pela primeira vez, aos 60 anos; aqui recupera a memória de Luísa, a colega na escola onde ambos ensinavam e partilhavam projectos e sonhos profissionais; recua até aos 40 anos, à figura de Mariana, sua mulher e companheira de sempre, mas que por esta altura da vida o confronta com a fragilidade das relações humanas, a começar pelo amor; e enfim, chega aos 20 anos, à adolescência e à juventude, onde tudo começa, para o bem e para o mal.

«Recordar é Viver
“Uma obra que salienta o papel da família ao longo dos vários ciclos da vida”. Eis como Daniel Sampaio, 64 anos, descreve ao Jornal de Letras (JL) o seu novo livro, Memórias do Futuro – Narrativa de uma Família. (...)
“Estamos sempre a pensar no futuro e no passado”, sublinha o escritor, para explicar o exercício de memória do protagonista.
Daniel Sampaio não esconde, aliás, uma certa identificação com alguns momentos da vida da personagem, ao ponto de certas passagens, destacadas a itálico, serem assumidamente autobiográficas.
Mas não é so aquo que o conhecido psiquiatra ‘entra’ no romance. Este avô recorrerá por duas vezes às suas consultas, introduzindo no romance uma componente clínica e reflexiva, à semelhança do que encontramos nos vários livros que o especialista em problemas dos jovens e suas famílias tem publicado, como Inventem-se Novos Pais, Voltei à Escola, Que Divórcio? ou A Razão dos Avós. Desta forma, Daniel Sampaio procura mostrar a “importância da intervenção clínica nos momentos de crise”.

Jornal de Letras: Como surgiu este livro?
Daniel Sampaio: Tenho reflectido muito sobre a condiçlão de ser avô ou avó. Mas neste caso achei que não devia falar apenas da relaçao entre avós e netos, como fiz em outros livros. E surgiu-me ficcionalmente este avô que recorda a sua vida, sendo que esta história não se prende com o facto se ser avô. É apenas um homem de 78 anos que recua nas suas memórias.

Um exercício de memória que é também o seu, já que as passagens são assumidamente autobiográficas.
Acabou por ser. À medida que me fui criando a vida de protagonista, que é 14 anos mais velho do que eu, recuei às décadas que também foram as mais marcantes da minha vida, o anos 60, 70 e 80. Por isso, há sempre um contrponto entre o meu percurso e o do portagonsita. Não foi um processo previsto, mas que de certa forma se impôs.

Foi um livro nesse sentido mais desafiante?
Sim. Até porque este não é um livro técnico, nem escrito por um psiquiatra, embora a minha actividade como terapeuta familiar e de casais esteja presente. O desafio foi precisamente escrever uma obra mais próxima da ficção. Claro que a minha experiência de 35 anos tem a sua influência. E resolvo isso pondo o Daniel Sampio terapeuta a entrar no livro, que nunca tinha feito. Aquilo que quero dizer de uma forma mais técnica é o Daniel Sampaio que diz e não o protagonista, que popositadamente não tem nome. A ideia é que ele possa ser uma pessoa qualquer.

Podemos ler este livro como uma defesa da importância da família?
Completamente. As relações familiares são o que de mais importante temos. A família não é sempre uma coisa boa, pode ser um suporte, mas também um espaço de tensões. E o livro quer demonstrá-lo.
É muito importante a relação entre o avô e o neto, mas ele teve dificuldades quando o neto estava na adolescência e desafiava os pais. A relação com a sua mulher é muito importante, mas teve uma situção difícil, de traição e desconfiança, um momento de quase ruptura do casal. (...)» in Jornal de Letras n.º1044, de 6 a 19 de Outubro de 2010.