quarta-feira, novembro 25

Já conhece o de Novembro?


Todos os meses, uma sugestão de leitura diferente, sempre com um preço especial.

A Mulher Certa
Sándor Márai
Editora: Dom Quixote


Uma tarde, numa elegante cafetaria de Budapeste, uma mulher relata a uma amiga como certo dia, por causa de um vulgar acidente, descobriu que o seu marido estava entregue de corpo e alma a uma paixão secreta que o consumia desde e como desde esse momento tentara, em vão, reconquistá-lo. Na mesma cidade, uma noite, o homem que foi seu marido confessa a um amigo como deixou a sua esposa pela mulher que desejava há anos, para depois se casar com ela a perder para sempre. De madrugada, numa pequena pensão romana, uma mulher conta ao seu amante como ela, de origem humilde, casou com um homem rico, e como o casamento sucumbiu ao ressentimento e à vingança. Como marionetas sem direito a exercerem a sua vontade, Marika, Péter e Judit narram a falência das suas relações com o realismo cruel de quem considera a felicidade uma ilusão inalcansável. Neste romance encontramos as páginas mais íntimas e arrojadas, as mais sábias, de Márai. A sua descrição do amor, da amizade, do ciúme, da solidão, do desejo e da morte apontam directamente ao cento da alma humana. Em 1941, Márai publicou Az Igazi [A Mulher Certa], um romance composto por dois longos monólogos; para a edição alemã de 1949 (Wandlungen der Ehe), o autor adicionou uma terceira parte, escrita durante o seu exílio em Itália; em 1980 rescreveu uma terceira parte, à qual adicionou um epílogo, dando-o à estampa com o título Judit...és az utóhang [Judit... e um epílogo]. A presente edição reúne as quatro partes que constituem o romance.

Sándor Márai (n.1900, Hungria) passou um período de exílio voluntário na Alemanha e em França durante o regime de Horthy, nos anos 20, até que abandonou o seu país emigrando para os EUA, em 1948, com a chegada do regime comunista. A subsequente proibição da sua obra na Hungria fez cair no esquecimento quem nesse momento era considerado um dos escritores mais importantes. Foi preciso esperar até à queda do regime comunista, para que este extraordinário escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro.
Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.