sexta-feira, setembro 24

O Livro já chegou...


«(1948)
A Mãe pousou o livro nas mãos do filho.
Que mistério. O rapaz não conseguim imaginar um propósito para o objecto que suportava. Pensou em cheirá-lo, mas a porta do quintal estava aberta, entrava luz, havia muita vida lá fora. O rapaz tinha seis anos, fugiu-lhe a atenção, distriu-se, mas não se desinteressou pelo livro, apenas deixou de o interrogar enquanto objecto em si, começou a questioná-lo de maneira muito mais abstracta, enquanto intenção, enquanto sombra de um acto.
A mãe disse o nome do filho:
Ilídio. (...)"
(início de Livro, de José Luís Peixoto)

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