«Na última década, nasceu 'um Homo consumericus de terceira geração, uma espécie de turbo consumidor distante, móvel e flexível, bastante liberto das antigas culturas de classe, imprevisivel no que toca aos seus gostos e às suas compras», mais exibicionista e menos invejoso.» Gilles Lipovetsky define-o (define-nos?) no ensaio A Felicidade Paradoxal. E pergunta: perante a supremacia do consumo 'contínuo, desincronizado, e hiperindividualista', como se redefiniu o imaginário da felicidade Lipovetsky desemboca num paradoxo. Precisamos de menos consumo, para recentrarmos a nossa busca de satisfação, a gestão de energia global e do individualismo. Precisamos de mais consumo, para proporcionar melhores condições sociais, gerir melhor o tempo e os recursos e usufruir de experiências novas. O consumo emocional, como experiência íntima e forma de privatização dos modos de vida, está no centro de 'uma corrida desenfreada à felicidade privada'. Somos cada vez mais hedonistas e, globalmente temos cada vez mais meios para o ser. Então, por que motivo decresce a alegria de viver e aumenta a insatisfação existencial, profissional e sexual? Lipovestky sustenta a correcção do terceiro acto das sociedades de consumo numa premente reinvenção da felicidade."
Filipa Melo, Revista Ler n.º 98, Janeiro 2011.
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