quinta-feira, março 7

"Amuleto", novo livro de Roberto Bolaño


(disponível a partir de 8 de Março)

A voz arrebatadora de Auxilio Lacouture narra um crime atroz e longínquo, que só virá a ser revelado nas últimas páginas deste romance - no qual, de resto, não escasseiam crimes, sejam eles os dos quotidiano, ou os da formação do gosto.
Uruguaia de meia-idade, alta e magra como D. Quixote, Auxilio ficou escondida na casa de banho das mulheres, enquanto a polícia ocupava, de forma rutal, a Faculdade de Filosofia e Letras da Cidade do Méxixo, em 1968. Durante os dias que aí permaneceu, os lavabos converteram-se num túnel do tempo, que lhe permitiu rememorar os anos vividos no México e antever os que estavam por vir. Neste exercício evoca a poeta Lilian Serpas, que foi para a cama com Che, e o seu desafortunado filho; os poetas espanhóis León Filipe e Pedro Garfias, a quem Auxilio serviu voluntariamente como empregada doméstica; a pintora catalã Remédio Varos e a sua legião de Gatos; o rei dos homossexuais da colónia Guerrero e o seu reino de terror; Arturo Belano, uma das personagens centrais de Os Detetives Selvagens; e a derradeira imagem de um assassínio esquecido.

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