terça-feira, março 10

Professor Adriano Moreira na Arquivo

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A propósito do lançamento, que decorreu em Lisboa
"Lisboa, 21 Nov (Lusa) - O Professor catedrático e ex-ministro Adriano Moreira alertou [na sessão de lançamento] que o Estado português ameaça não ter capacidade para responder "aos objectivos para os quais foi criado" e defendeu um novo conceito estratégico nacional.
"Digo isto, há muito tempo, nas minhas aulas. O Estado ameaça não ter capacidades suficientes para responder aos objectivos para os quais foi criado", afirmou Adriano Moreira, dando como exemplo dos obstáculos a actual crise financeira.
Sem querer "falar muito de política", o ex-líder do CDS-PP considerou que "é urgente" estudar um novo conceito estratégico nacional, sustentando que
Portugal pode caminhar para um "Estado exíguo" no contexto europeu e internacional.
Adriano Moreira disse ter assistido "ao fim de um conceito estratégico nacional de séculos" e que "é com angústia" que assiste à indefinição nesse domínio.
Académico, político e jurista, Adriano Moreira, que nasceu em Grijó, Macedo de Cavaleiros, em 1922, reuniu em cerca de 400 páginas as suas memórias, editadas pela Almedina e hoje apresentadas pelo Professor Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica, na Sociedade de Geografia, em Lisboa.
"Ninguém escolhe o país onde nasce. Mas decidir ficar é um acto de amor. Eu por mim, decidi ficar", afirmou, perante os aplausos da plateia, onde se encontrava o socialista Almeida Santos.
Adriano Moreira explicou que o título do seu livro "A Espuma do Tempo, Memória do Tempo de Véspera" foi inspirado numa frase que conversou com o Almeida Santos a propósito do livro de memórias do socialista.
O ex-ministro do Ultramar no Governo de António Oliveira Salazar confessou que
depois de décadas, esse encontro de memórias poderia representar também "a pacificação" do povo português apesar das diferenças políticas.
Na apresentação, Braga da Cruz destacou quatro traços que explicam a personalidade de Adriano Moreira ao longo de "A Espuma do Tempo": a sua vivência na terra onde nasceu, em Trás-os-Montes, o "homem ligado à Justiça e ao Direito", o "orgulho de pertencer a um Portugal espalhado pelo mundo" e o seu trabalho enquanto académico.
Destacando a abolição do Estatuto do Indígena e do trabalho obrigatório, e a elaboração de um Código de Trabalho Rural, Braga da Cruz frisou que o que afastava Adriano Moreira do regime de Oliveira Salazar era a constatação da "distância entre o professado e o praticado" pelo regime.
Quando Salazar lhe disse que era preciso mudar de política [Ultramarina], Adriano Moreira respondeu que "era preciso mudar de ministro", disse.
SF. http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=67246&visual=3&layout=10

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