"Há muito que a ausência de uma estratégica nacional é o tema principal das minhas preocupações como cidadão e a motivação central da minha reflexão politica. Acredito que, como Nação, só chegaremos com sucesso a algum lado, se soubermos para onde queremos ir. O que obviamente não será o caso quando passamos a vida a afirmar a falência do modelo económico que seguimos, sem definir um modelo alternativo, ou quando anunciamos, ou anulamos e voltamos a anunciar, leis, novas vias, pontes, aeroportos, TGV e politicas varias, malbaratando as energias dos portugueses e os enormes recursos oriundos da União Europeia", Henrique Neto, in "Uma Estratégia para Portugal".
ACERCA DO LIVRO:
Um país sem estratégia é um país sem rumo. É assim que Portugal vive desde, pelo menos, o reinado de D. João II. A alternância democrática instalada após o 25 de Abril não serviu de remédio – e até certo ponto acentuou a ausência de políticas continuadas que nos permitissem ter uma indústria competitiva ou uma educação e justiça eficazes.
Henrique Neto, um dos mais inovadores empresários portugueses contemporâneos, ajudou a construir um pequeno império assente numa visão estratégica. E na sua breve passagem pela política partidária acreditou que seria possível implementar no governo de Portugal uma estratégia coerente – à semelhança do que tinha feito o Japão no pós-guerra e no final dos anos 50.
Não foi possível. Durante o último quarto de século, o mundo abraçou com fervor a cultura financeira e os seus fabulosos lucros. O nosso país comungou desse facilitismo, e as nossas limitações naturais fizeram o resto: estamos numa beco aparentemente sem saída.
Uma Estratégia para Portugal pretende provar o contrário. Neste livro Henrique Neto defende que há uma estratégia viável para o país – assente num sector produtivo moderno, virado para a exportação, e que privilegie a inovação e a mudança.
É uma visão completa e abrangente, técnica mas também política, de um empresário que já provou que em Portugal se pode inovar. E que acredita não termos mais desculpa para sermos os eternos filhos pobres da Europa.
O AUTOR:
HENRIQUE NETO, nascido em 1936, fez o Curso Industrial em Lisboa e o Curso Comercial na Marinha Grande, de onde a sua família era oriunda e para onde se mudou aos 14 anos. Começou a trabalhar como aprendiz de serralheiro numa fábrica de moldes, onde chegou a director e posteriormente proprietário.
Em 1975 fundou a Iberomoldes SA, que se tornaria nos anos seguintes a holding de um pequeno grupo industrial com doze empresas e mais de 1000 trabalhadores. Foi deste grupo que nasceu a SET SA, empresa de engenharia dedicada ao desenvolvimento de produtos inovadores e a IBEROLEFF SA em Pombal para a produção e exportação de componentes para o sector automóvel, além de outras empresas industriais. Vendeu a sua posição em 2009 ao co-fundador.
Paralelamente à vida profissional, começou muito jovem a interessar-se pela política portuguesa, influenciado pelo ambiente familiar francamente oposicionista ao Estado Novo. Pertenceu ao MUD-Juvenil, participou em congressos oposicionistas, reproduziu clandestinamente documentos em casa e trabalhou activamente na campanha presidencial do general Humberto Delgado. Em 1969 chegou mesmo a ser preso.
Juntou-se ao Partido Comunista em 1968 mas saiu em 1975, em desacordo com as posições que estavam a ser tomadas, dedicando-se a partir daí apenas à vida empresarial. Em 1993 aderiu ao Partido Socialista a convite de Jorge Sampaio. Eleito deputado em 1995 voltou a abandonar a política activa no fim da legislatura.
Apresentou moções de estratégia aos XII e XIII Congressos do Partido Socialista sob a designação Portugal Primeiro e Pensar Portugal, respectivamente. Tem publicado artigos de carácter económico e político em diversos jornais.
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